domingo, 15 de abril de 2007

Documentário sobre túmulo de Cristo abre debate público na SIC











A aposta da programação de hoje da SIC levanta questões muito delicadas e polémicas para os cristãos. Código de Cristo - O Túmulo Perdido é um documentário produzido pelo cineasta James Cameron e dirigido pelo israelita Simcha Jacobovici, baseado numa investigação arqueológica que alega que Jesus Cristo e Maria Madalena tiveram um filho chamado Judas.

Exibido como tema da Grande Reportagem, este documentário coloca a ciência e o ADN em potencial confronto com a religião e a fé. Por este mesmo motivo, a SIC vai promover um debate público, moderado por Conceição Lino, logo a seguir à exibição desta estreia na televisão portuguesa. Como convidados, a apresentadora vai ter o Padre Carreira das Neves e Eugénia Castro, a especialista em antropologia biológica que liderou a equipa de investigação que fez a exumação com fins científicos das ossadas de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

"O documentário é credível, sério, científico sobre um trabalho de arqueologia. É claro que não é consensual e por isso mesmo é que a SIC vai abrir um espaço público de debate logo a seguir à sua exibição", explicou José Navarro de Andrade, responsável pelas aquisições estrangeiras da estação.

Na centro da controvérsia deste documentário está a reivindicação da descoberta da cripta da família do Messias em Jerusalém. Ali se encontravam os ossários de Jesus, Maria Madalena e Judas, o filho de ambos. Os ossários foram descobertos em 1980 durante as obras de construção de um complexo de apartamentos em Jerusalém entregues, na altura, à guarda da autoridade israelita das antiguidades, mas só agora foram estudados e identificados como pertencentes à família de Jesus Cristo.

Não é a primeira vez que surgem relatos sobre relações maritais entre Jesus e Maria Madalena, mas é a primeira vez que se alega a descoberta dos ossos deles junto aos do filho, Judas. O argumento central é simples: a identificação de um dos ossários é do próprio Cristo. Como os judeus eram sepultados em criptas familiares, os restantes ossários só podem ser de ascendentes ou descendentes seus. Recorrendo a análises de ADN e outros métodos científicos, os autores tentam provar o relacionamento familiar dos sepultados e a identidade do ossário de Maria, mãe de Jesus, e vários irmãos dele.

Surge ainda a delicada questão da ressurreição: os autores não questionam esta teoria, mas se os restos mortais encontrados são mesmo os de Jesus quer dizer que ele ou não subiu ao céu, ou se subiu foi apenas o espírito. Esta não é a história relatada nos Evangelhos: é aqui que nasce a polémica.

O documentário refere ainda que perto da cripta da família de Jesus foi encontrada a cripta de Caifás e o ossário de Simão de Sereneu.

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